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Nossa felicidade nao vem puramente das nossas experiencias, ela vem das nossas experiencias comparadas com as nossas expectativas.
Eu lembro de uma palestra fantastica na qual um professor falava sobre escolhas e felicidade, que quando ele so podia escolher uma cor e um modelo de calcas jeans, por mais que nao ficasse do jeito que ele gostaria, era a unica opcao, a culpa era da fabrica por ter feito assim e ele se contentava em ter comprado as calcas. Agora com opcoes praticamente infinitas de cores, cortes, modelos, tecidos, mesmo que a calca seja melhor e vista melhor do que antigamente, sempre fica a pulga do “eu poderia ter escolhido uma melhor ainda”, e isso causa frustracao.
Todas as escolhas sao baseadas em expectativas. O que eu ganho escolhendo isso? O que eu perco com essa escolha?
Minha atual opcao foi ficar longe de casa e da familia, mais uma vez. Por vezes me perguntei se valeu a pena. Passar pela primeira vez meu aniversario longe da familia. A ceia de natal sem lombinho a California. Ver a queima de fogos em Copacabana longe dos velhos amigos, etc…
Hoje me pagam para vir para a Europa. Mas “nao existe almoco gratis”. Tudo tem seu custo. A frustracao de parar em cidades diversas e nao poder conhecer. Atracar na Africa e nao poder botar os pes no solo de mais um continente. Visitar lugares encantadores, ou nem tanto, mas diferentes, tendo que olhar constantemente para o relogio… Coisas que eu nao esperava.
Mas ontem, atracado em um porto perto de Roma, depois do translado ate a capital italiana, quatro horas livres na cidade. Chuva e vento frio. Caminhando sozinho em passo acelerado uma cidade que nao merece pressa. Da Praca de Sao Pedro ao Coliseu em duas horas e pouco. Sentar em um restaurante proximo ao Coliseu, um prato de macarrao e uma garrafa de vinho para desfrutar sem correria.
As pequenas coisas que fazem dizer: vale a pena.