Tags

, , ,

Deve ser mais um post que abrange muitas coisas e fala sobre o nada, mais um texto caótico. Sempre tenho boas idéias do que escrever quando estou na cama, idéias que se perdem com os sonhos, e quando sento aqui para escrever, as idéias que vêm não me parecem tão boas, mas não consigo recuperar aquelas que se foram.

Ultimamente ando mais solitário que o normal. Sinto que me falta empatia, sei lá. Não tenho tanta vontade de conhecer pessoas novas, e as velhas, bem, as velhas em sua maioria me cansam. Salvo raras exceções.

Poucas são as que me parecem servir para um propósito, seja um prazer momentâneo, umas risadas em um momento de tédio, um pedaço de carne em um momento de tesão…

Machuquei algumas pessoas, não que fosse a intenção, mas queria dizer que me sinto mal por ter magoado. Talvez até me sinta, ou me sinta mal por não me sentir mal? Porque me sentir culpado se deixei as coisas às claras? Você culparia o sol que derreteu as asas de Ícaro? (Que comentário egocêntrico!)

Não lembro a última vez que chorei. Bom, acho que lembro. Quatro anos? Será que nenhuma vez nesse ínterim? Não, acho que não, não que eu me lembre, e acho que eu lembraria disso. Todas as situações parecem simples demais para merecer lágrimas. Rotineiras demais para tirar meu chão. Insignificantes no esquema geral das coisas. Afinal de contas, o que somos nós no Tempo? Sim, Tempo maiúsculo, não o nosso tempo quantificado, o Tempo que não pode ser quantificado, aquele que não pode ser mensurado, nem imaginado.

A busca de significado e sentido provavelmente é o que nos difere, nós humanos, dos outros animais. Conseguimos pensar no futuro, lembrar do passado e tentamos fazer no presente algo que faça sentido, considerando aquilo por que já passamos e a expectativa daquilo que podemos passar. Apesar de ser tudo que existe, o presente não existe, quando planejamos como vai ser, é o futuro, e quando chegamos nele, passa a ser passado. Acho que pensamos demais. Acho que tenho muito tempo livre.

Dizem que a vida só é completa com alguém ao seu lado. Não quero acreditar que à busca da felicidade se resume e se encontra em outra pessoa e não dentro de mim. Porque não posso eu ser completo em mim mesmo?

Completamente outro assunto, ou talvez não, lembro que alguns anos atrás quando no Brasil começaram a operar as companhias aéreas chamadas “low-cost low-fare“, de baixo custo de operação e com passagens baratas, meus pais chegaram a cogitar comprar uma passagem promocional para que eu voasse, independente do destino. Eu que desde pequeno fui fascinado pelos pássaros de metal e havia voado apenas uma vez, jovem demais para sequer lembrar de como foi, apesar de um vôo longo. Não voei para um lugar qualquer na época, mas agora, alguns anos passados, com algumas milhas nas costas, tanto de aviões quanto de helicópteros (e inclusive saltos para fora de um avião perfeitamente bom), preparo minha mochila para mais uma viagem. Um trecho curto, sequer uma hora de vôo, para um fim de semana fora, apenas levando uma mochila pequena. Antes as indas e vindas eram motivo quase de comoção, a ida ao aeroporto, a despedida com desejos de boa viagem, seguido pela espera do retorno no aeroporto. Amanhã vou levantar, pegar meu carro, dirigir até o aeroporto, deixar no estacionamento, pegar meu vôo para retornar daqui dois dias, caminhar até o estacionamento e dirigir de volta para casa, sem desejos de boa viagem, despedidas ou reencontros emocionados. Só mais uma viagem.

Imagino o que algum antepassado meu, nem precisa ser tão distante, talvez um bisavô, o que ele pensaria se eu contasse por onde já andei, quantos quilômetros já viajei, e não sou um explorador, talvez um pouco acima da média, mas com ressalvas.

Acho que penso demais, e é hora de dormir. Talvez o meu amigo Jack tenha me ajudado a escrever, mas sem dúvida não me ajudou a ficar com sono…